Foi uma das notícias mais partilhadas das últimas semanas, mas é falsa. Andar de autocarro, na Carris, obriga a ter um título válido de transporte, seja passe ou cartão de carregamento.
Durante o período do Estado de Emergência, as empresas de transportes em todo o País têm adoptado medidas para facilitar as viagens. No Metro de Lisboa, por exemplo, foram abertas as cancelas e a venda de bilhetes foi suspensa. Nos STCP, no Porto, foi igualmente abolida a validação de bilhete.
A Carris acabou também por tomar medidas, para impedir ao máximo o contacto entre pessoas e evitar aglomerações nos autocarros – uma delas foi a de permitir a entrada de passageiros pela porta traseira e a outra foi, à semelhança da STCP, acabar com a validação obrigatória de bilhete.
ANTROP lembrou à Antena 1 que é preciso comprar o passe
Contudo, muitos meios de comunicação interpretaram esta decisão de forma errada e começaram a aparecer notícias que davam conta de que as viagens nos autocarros da Carris tinham passado a ser gratuitas.
Hoje, depois de Luis Cabaço Martins, presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP) ter dito à Antena 1 (oiça o áudio em cima) que os passageiros tinham de viajar com título de transporte válido e que os autocarros não eram gratuitos, pedimos esclarecimentos à Carris, que explicou a situação.
Equipas de fiscalização da Carris continuam nos autocarros
«Nunca a Carris deu qualquer ideia de gratuitidade e muito menos proferiu a palavra grátis. Apenas referiu que as validações não seriam obrigatórias e isso se devia à entrada pela porta traseira que impossibilita a validação, mantendo a distância de segurança recomendada pela DGS», explicou a empresa num email enviado ao TRENDY
«Os transportes públicos não são grátis. Para que a operação continue a ter meios para funcionar, os clientes têm de adquirir os passes ou bilhetes pré-comprados. As equipas de fiscalização continuam nas ruas», acrescentou o departamento de relações públicas e comunicação da Carris, que remete ainda para as regras oficiais da empresa durante o Estado de emergência: pode lê-las aqui.