Facebook: 2020 vai ser o ano da Libra, a criptomoeda criada por Mark Zuckerberg?

Libra Criptomoeda Facebook ©Dado Ruvic/Reuters
Libra Criptomoeda Facebook ©Dado Ruvic/Reuters

Numa altura em que passam onze anos desde o lançamento da primeira criptomoeda, a Bitcoin, este mercado, cada vez mais maduro, enfrenta também novos desafios. Este ano, o Facebook pode ter uma palavra a dizer?

Um pouco por todo o mundo, governos e reguladores procuram a melhor forma de abordar esta nova tendência, com a ansiedade de não perder a oportunidade de uma vida e a certeza de que estiveram demasiado tempo parados.

O ano de 2020 pode perfeitamente marcar uma mudança de paradigma. As criptomoedas, que durante anos foram alvo das dúvidas e, principalmente, da indiferença das grandes empresas, são agora um tópico incontornável. Ora isto torna-se ainda mais evidente quando um gigante como o Facebook anuncia que vai entrar neste mercado.

Visa, MasterCard ou PayPal já não são parceiros da Libra

Em meados de 2019, o Facebook anunciou o lançamento da sua criptomoeda para a primeira metade de 2020 – a Libra. O projecto arrojado da rede social que tem mais 2,38 mil milhões de utilizadores activos por todo o mundo – cerca de 30% da população mundial – tem como objectivo criar um sistema de pagamentos global.

Esta moeda vai permitir comprar bens ou enviar dinheiro para qualquer pessoa, de forma praticamente grátis, através de aplicações como o WhatsApp ou Messenger – como se fosse enviar uma mensagem. Ou seja, o Facebook quer levar às massas uma criptomoeda criada à imagem da Bitcoin.

Mas o Facebook não chegou sozinho: grandes empresas dos mais variados sectores juntaram-se à rede social no desenvolvimento da Libra. E, quando nomes pesados como a Visa, MasterCard ou PayPal também estão presentes, é claro que a notícia vai chamar a atenção.

Foi precisamente o que aconteceu. Tanto que, passados alguns meses do anúncio da criptomoeda do Facebook, começaram a surgir relatos de pressões regulatórias às grandes empresas do sector dos pagamentos que se juntaram ao projecto. Resultado? Acabaram por dar um passo atrás, algo que foi visto como o primeiro revés do projecto.

Moeda do Facebook pode levar a regulação adicional

Independentemente disto, o desenvolvimento da Libra continua e a data de lançamento da criptomoeda do Facebook continua prevista para 2020. Uma coisa é certa: com este lançamento, nada será como antes. A Libra ainda nem viu a luz do dia e vários países, como França e Alemanha, já se opuseram ao seu lançamento, dizendo que se trata de uma ameaça à soberania monetária dos países.

Mais que isso, o G7 já mostrou publicamente o seu receio face a projectos como este, o que, em última análise só vai trazer ainda mais atenção para o mercado. A consequência virá, muito provavelmente, na forma de regulação adicional.

Ora, numa altura em que o mercado das criptomoedas tem já mais de uma década e que conta com um número crescente de projectos sólidos, e a ter em atenção, isso pode até ser algo positivo do ponto de vista da adopção, mas ainda é cedo para dizer ao certo.

Mercado das criptomoedas vale mais de 200 mil milhões de euros

A Libra pode bem alterar a forma como lidamos com o dinheiro mas, para já, tem ainda vários desafios pela frente. A batalha regulatória que a criptomoeda do Facebook terá de enfrentar pode, até, obrigar a alterações na sua data de lançamento ou na estrutura do projecto, mas só o tempo o dirá. Para já, com ou sem lançamento, 2020 será muito provavelmente o ano da Libra. Nem que seja pelo que dará que falar.

Para quem estiver interessado neste mercado, embora a Libra ainda não esteja disponível, já é possível investir em Bitcoin e outras criptomoedas de forma segura em Portugal. Quem sabe, o lançamento da Libra possa até ter um efeito positivo num mercado que já vale mais de 200 mil milhões de euros!

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