Um grupo de investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto anunciaram o desenvolvimento de uma tecnologia que permite aplicar imagens a painéis solares, dando-lhes a possibilidade de ficarem parecidos com azulejos.
Chamada Portuguese Solar Tiles, esta nova solução criada por investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) pode muito em breve vir a ser aplicada nas fachadas dos edifícios. É que, com a possibilidade de se parecerem com azulejos, isto vai tornar a sua aplicação menos intrusiva e, ao mesmo tempo, ter um ar mais tipicamente português.
Aliás, este é mesmo um dos objectivos do grupo de trabalho da FEUP. Luísa Andrade, docente ds FEUP e uma das responsáveis pelo projecto lembra que a aplicação dos painéis fotovoltaicos está restringida aos telhados dos edifícios, «devido a limitações estéticas», disse à Lusa e citada pelo site Porto.
Ora, num edifício, há toda uma fachada que, assim, não pode ser aproveitada, situação que pode mudar se a superfície dos painéis tiver algum tipo de desenho que os torne menos intrusivos.
Assim, o principal objectivo da Portuguese Solar Tiles é «ajudar o mercado da construção sustentável a resolver o problema da integração de painéis fotovoltaicos em ambientes urbanos, utilizando filme fino».
Este tipo de solução (filme fino, thin film) são, segundo Luísa Andrade, «mais versáteis e mais eficientes na captação de radiação difusa». A rediação difusa é, precisamente, aquela que «chega a uma superfície com um ângulo diferente de 90 graus».
É, portanto, com base no thin film que a Portuguese Solar Tiles consegue criar imagens com vários padrões e cores, neste caso que se pareçam com azulejos. A FEUP já trabalha neste tecnologia desde 2007 e quando a investigação comemorou dez anos foi distinguida com o primeiro lugar na segunda edição de 2017 do Business Ignition Programme.
Os próximos passos deste grupo de trabalho da FEUP passam agora por criar uma fábrica que permita escalar a produção da Portuguese Solar Tiles, já que a visibilidade dada pelo Business Ignition Programme já permitiu aos investigadores «encontrar as pessoas e instituições necessárias à evolução do projecto».