Depois do Mini Cooper e do Fiat 500 terem ganho uma versão descapotável, era uma questão de tempo até que a Citroën “tirasse o chapéu” ao seu energético DS3. E se o visual DS3 já nos agradava, a transformação em Cabrio deste fun car tornou-o ainda mais atractivo. Só é pena que a caixa pilotada seja uma “facada” nas suas costas.
O Citroën DS3 Cabrio, ao contrário do Mini Cooper, por exemplo, não ficou assim tão pesado por ter ficado sem tejadilho. Na verdade são apenas mais 20Kg que a versão normal, o que se explica pelo facto de o tecto, completamente retráctil, ser feito em lona.
Os designers da Citroën decidiram, e bem, fazer com que a capota de tecido pudesse ser rebatida até ao porta bagagens, arrastando consigo o pequeno vidro traseiro. Na onda do conceito de personalização do DS3, a marca francesa possibilita ainda que o cliente defina a cor da capota.
É preciso dizer que a troca de um tejadilho por uma capota retráctil em lona poderia prejudicar o desempenho do DS3. Contudo, não nos parece que isto tenha acontecido: a missão do motor turbo de 1,6 litros e 165 cavalos não sai prejudicada deste facelift.
Pelo facto de estarmos perante um carro descapotável, a Citroën teve juntar vários argumentos para tornar o DS3 Cabrio totalmente seguro. E não foi em vão: este Speedy Gonzalez do asfalto conseguiu cinco estrelas nos testes do Euro NCAP, precisamente a mesma classificação obtida pela versão original DS3.
Assim, o DS3 Cabrio inclui ABS com EBD, controlo de estabilidade e tracção, airbags frontais e laterais, além e manter as “barbas” de LED que funcionam como iluminação diurna e que são uma das marcas distintivas do DS3.
Já que o principal objectivo do DS3 é competir num mercado onde o Mini Cooper ainda é a referência e onde o Fiat 500 se instalou com argumentos muitos válidos, o carro foi devidamente equipado pela Citroën para manter a imagem de sofisticação da linha fun da marca.
E é no interior que vamos encontrar as provas disso: o habitáculo segue o mesmo look a que estávamos acostumados e pode ser personalizado com aplicações em plásticos que seguem a tonalidade externa. Os bancos e os mostradores desportivos dão a impressão que o Citroën DS3 Cabrio pertence a uma categoria superior.
No campo da tecnologia e do entretenimento, também ficamos bem servidos: o computador de bordo inclui rádio/CD com conectividade jack de 3,5mm, USB e Bluetooth. O Citroën DS3 Cabrio traz ainda direcção eléctrica assistida e ar-condicionado.
Do lado de fora, também há elementos de encher o olho, além das já mencionadas “barbas LED”: jantes de liga leve de 17 polegadas que seguem a cor da carroçaria e reforçam o visual desportivo deste Cabrio cheio de energia.
Como acontece noutros Citroën, o grande problema deste DS3 Cabrio é a solução de caixa pilotada automática em cone que se apresenta como um verdadeiro pesadelo de operar. Não percebemos como é que a Citroën permite, sequer, que um carro com a energia do DS3 (que já comprovámos na verão original e no modelo Racing) tenha esta sofrível caixa como opção que parece travar o carro sempre que evoluiu de mudança.
Outro dos problemas do DS3 é a insonorização, bastante deficiente mesmo com a capota fechada, e que nos faz parecer que estamos num túnel de vento, passe-se o exagero. Em relação à capota, de referir que existe um um defletor frontal em rede, ajustável manualmente, que serve para impedir a entrada do vento em excesso, principalmente para proteger os passageiros dos bancos de trás. Pena é que, depois de um trajecto em auto-estrada o mesmo fique cheio de insectos mortos, que são muito complicados de remover.
O terceiro e último ponto negativo é o acesso à bagageira. Embora seja razoavelmente grande, uma surpresa para o tamanho do carro, a colocação de malas maiores é praticamente impossível, já que a abertura que fica entre a capota e a base é mínima.
Aqui, contudo, há uma desculpa: o Citroen DS3 Cabrio e-HDI foi feito a pensar no conceito de desportivo descapotável e não no de transporte de férias ou de fins-de-semana alargados. E nisto, o nosso mini-descapotável cumpre com nota quase máxima.
Este carro poderia ser o terceiro às da linhagem DS3, depois do modelo original e da versão Racing. Poderia ser, mas não é, pelo menos em relação à versão ensaiada. A culpada desta nota negativa é a caixa pilotada que, em trajectos onde é preciso fazer reduções e evoluções, é capaz de nos por maldispostos.