Instax Wide Evo: experimentámos a máquina fotográfica da Fujifilm que quer ser tudo ao mesmo tempo

Com este modelo, a Instax sobe de nível, é inegável, mas deixa de parte aquela simplicidade que acabava por fazer muito parte do seu ADN.

©TRENDY Report | Instax Evo
©TRENDY Report

Normalmente, as Instax são fáceis de usar, com poucas ou nenhumas regulações; e capacidade de impressão. Esta última característica é a única que se mantém na mais recente máquina da marca.

Com este modelo, a Instax sobe de nível, é inegável, mas deixa de parte aquela simplicidade que acabava por fazer muito parte do seu ADN. Só para termos uma ideia, de cada lado da máquina, estão dois botões rotativos para aplicar efeitos de filme (sépia, magenta, azul, quente) e de lente (degradé de cor, dupla exposição, vinheta), cada um com dez opções.

Em cima, fica mais um para aplicar um estilo de filme (como se os efeitos não bastassem), embora aqui “apenas” com cinco modos, entre os quais, o cinematográfico (que mete duas barras negras na foto, em cima e em baixo) ou um que aplica um aspecto como se a foto tivesse passado por um processo de colódio e ficasse manchada.

O bom é que podemos guardar um combo de filtros numa lista de atalhos para criar uma forma mais personalizada de tirar fotos. Curiosa é a forma como as fotos são impressas – não é preciso estar a ter cuidado com o que fotografa, pois isto não é feito de imediato.

©TRENDY Report | Instax Evo
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Ao contrário disso, primeiro temos de escolher uma fotografia e, depois, rodar a manivela que está à esquerda, o que faz surgir uma animação no ecrã que dá a ideia de estarmos a fazer o processo em tempo real. O que não nos convenceu, em definitivo, foi o botão de disparo: semelhante a um velho interruptor de luz, não nos deu uma sensação de firmeza de que estávamos à espera.

No final deste teste, ficámos com a sensação de que a Instax Wide Evo não sabe muito bem o que quer ser: uma máquina analógica para tirar fotos divertidas ou uma câmara fotográfica digital mais séria. Dada a complicação e densidade das opções, inclinamo-nos mais para esta última, dado que mais parece estarmos a usar uma DSLR, até pelo preço: 349 euros.

A Fujifilm meteu tudo o que conseguia meter num modelo em que o design se sobrepõe à ergonomia e que, muito ao de leve, nos fez lembrar uma Rolleiflex ou Brownie dos anos cinquenta. Só lhe falta o cromado na lente.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].