Em 2022 a Fábrica da Picanha abriu em Odivelas e, entretanto abriu mais duas lojas. Estivemos na de Campo de Ourique para experimentar um serviço onde tudo é feito por telemóvel.
Não há outra forma de descrever a oferta deste restaurante: na Fábrica da Picanha só há uma escolha possível, o rodízio. Tanto é que Tiago Vaz, sócio-gerente deste restaurante, vai acabar com os menus de almoço em Campo de Ourique e apenas abrir ao jantar.
«Percebemos que as pessoas, ao almoço, querem comer rápido e ir embora, não querem estar a perder muito tempo a pedir rodízio. Isto é uma opção mais para a noite». Assim, a partir deste mês, este espaço fica ainda mais fiel ao seu ADN e passa a basear o seu serviço 100% neste formato.
O TRENDY Report foi, assim, um dos últimos clientes a experimentar o almoço com rodízio em Campo de Ourique, que aconteceu sempre a alta velocidade (provavelmente, a razão de queixa com as perdas de tempo não teria assim grande fundamento).
A razão para isto tem que ver com um dos grandes argumentos da Fábrica da Picanha: sem rodeios, o restaurante promete servir pedidos exclusivamente de carne em quatro minutos; se juntarmos acompanhamentos, o tempo de espera máximo anunciado é de sete.
Decidimos cronometrar para pôr à prova a promessa de Tiago Vaz: para quatro pessoas, os primeiros pedidos de Picanha (com e sem alho, média e mal passada) chegaram em apenas 3:23 minutos. Um segundo pedido, a que se juntou feijão preto, arroz, banana e batatas fritas foi servido em 4:17 minutos.
É verdade que o restaurante não estava cheio, mas os resultados deixam antever que a Fábrica da Picanha conseguirá cumprir o prometido nos tempos anunciados, quando a sala estiver mais composta. «E quem não for servido em dez minutos, não paga», lembra Tiago Vaz.
Para fazer os pedidos, os empregados de mesa não entram em acção: tudo é feito com recurso a um QR Code que tem de ser lido pela câmara do smartphone. Feito isto, aparece uma webapp para escolhermos o que queremos comer.
Apesar de não ser um recurso novo (o Q Picanha, em Telheiras, já tem este modelo há alguns anos), é uma solução que faz todo o sentido num restaurante deste género. Contudo, o processo podia ser um pouco mais intuitivo, uma vez que, nos primeiros pedidos é possível que a interacção não seja tão rápida como a chegada dos pratos à mesa.
Durante este almoço, percebemos que o trunfo da Fábrica da Picanha está em apostar no essencial: aqui, esqueçam as cartas longas, uma vez que, além da Picanha há apenas Maminha, Cachaço de Porco e Salsicha. Além dos acompanhamentos tradicionais num restaurante deste tipo, há pão de queijo, azeitonas temperadas e pão quente com manteiga de alho para entrada.
Nas sobremesas destacam-se o Creme Brulée com Chocolate Branco, a Mousse de Chocolate, a Mousse de Lima (a nossa preferida) e o Petit Gateau. A acompanhar, a sangria de maracujá é o clássico da casa e teve de se juntar a este almoço – o aviso é o habitual: cuidado que isto parece sumo, mas não é.
Saímos da Fábrica da Picanha com a sensação de que esta é uma operação bem oleada, sem grandes rodeios, directa e pensada para tornar a experiência simples e eficaz – só tornávamos a app de pedidos um pouco mais amiga do utilizador.