Tucson PHEV 1.6 TGDI: conduzimos o SUV “ninja desportivo” da Hyundai que vive em dois mundos

Depois de quatro dias ao volante deste automóvel, fica a certeza de que este é um modelo bastante sólido, seguro e confortável, daqueles em que podemos confiar para longas viagens.

©TRENDY Report | Hyundai Tucscon
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O que é que acontece quando um motor 1.6 turbo a gasolina se junta a eléctrico de 91 cv (67 kW)? O resultado pode ser um dos SUV mais equilibrados do mercado.

Há uma razão para vermos tantos Tucson na estrada (durante os dias em que conduzimos este modelo da Hyundai, parece que ficámos mais atentos a este automóvel e acabámos por nos cruzar com vários modelos semelhantes): é o SUV compacto mais vendido da Europa, pelo menos segundo números de 2022.

O legado do Tucson chegou, entretanto, ao universo PHEV e fez com que este SUV se tornasse um automóvel equilibrado, flexível e com uma autonomia que pode chegar quase aos oitocentos quilómetros. Esta é, assim, uma boa opção para quem ainda nãos e quer render em definitivo à mobilidade eléctrica, mas que quer ter um “cheirinho” de como é que é conduzir um.

Depois de quatro dias ao volante deste automóvel, fica a certeza de que este é um modelo bastante sólido, seguro e confortável (tanto para o condutor como para os passageiros), daqueles em que podemos confiar para longas viagens.

©TRENDY Report | Hyundai Tucscon
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Este é ainda o primeiro SUV Hyundai a ter o look Sensuous Sportiness, uma identidade de design que pode ser traduzida como ‘sensualidade desportiva’. Isto dá-lhe arestas bem definidas nas laterais e traseira, que nos fazem lembrar algo relacionado com um ninja e com um veículo stealth.

O aspecto deste Tucson enche o olho é dá-lhe um visual agressivo, que mete respeita tanto na traseira, como na dianteira, algo que nem sempre as marcas conseguem criar. Muito boa é a solução dos faróis integrados na grelha, que ficam dissimulados quando estão desligados, assim como os piscas. As extremidades acendem-se quando os activamos, o que resulta num bom efeito.

Como acontece com uma série de outros automóveis que já testámos, aqui os alertas de condução também são muito intrusivos: qualquer coisa que vá além de uma condução mais conservadora transforma o Tucson num festival de ‘biiiips’ e ‘pipipis’; mesmo deixar uma porta aberta leva a um aviso sonoro com uma intensidade escusada.

Também achámos o ecrã principal demasiado pequeno: o facto de estar na na horizontal, dificulta interacção com os menus, onde há muito texto (e demasiado condensado). O resultado é ter de fazer muito scroll para ver opções dos menus.

©TRENDY Report | Hyundai Tucson
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Outra das falhas, a nosso ver, está na forma como os botões tácteis funcionam – são pouco precisos, sem feedback háptico. Por exemplo, para regular o volume, gostávamos de ver um rotativo. A indicação do AC a LED monocromático também não nos caiu no goto: dá um ar antigo à consola central do Tucson.

Ainda assim, esta zona do habitáculo do SUV está bem composta pelos botões físicos que interessam: selector de marcha; modo de condução (‘Drive’ ou ‘Terrain’, com ‘Sport’, ‘Eco’ – a cor muda entre azul e vermelho; e ‘Snow’, ‘Mud’ e ‘Sand’); e alternar entre modo eléctrico ou híbrido, sendo possível ainda deixar isso ao critério do automóvel (modo automático). Finalmente, temos um botão de controlo de descidas inclinadas, mesmo a piscar o olho à aventura.

No que respeita à arrumação, à frente é onde ficam as entradas USB e isqueiro de 180 W. Aqui, o acesso não é o mais fácil e ligar os cabos pode dar algumas dores de pulso. Temos ainda uma zona de carregamento Qi (por indução) que fica numa posição estranha: inclinada para a zona das ligações e que nos oculta de forma total o smartphone.

©TRENDY Report | Hyundai Tucson
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Resumidamente: gostámos mais do exterior do Tucson que do interior, muito por culpa de algumas más opções de disposição dos elementos e opções de controlos. Estes elementos deveriam estar mais em linha com a ideia irreverente que o SUV nos dá.

Contudo, também temos de perceber que o Tucson é um dos mais emblemáticos automóveis da Hyundai, pelo que a marca, provavelmente, optou por manter opções mais tradicionais no seu interior, para agradar a utilizadores mais tradicionais.

O Tucson PHEV 1.6 (aqui na sua versão TGDI AT Vanguard MY23) custa quase cinquenta mil euros; este automóvel pode ser configurado no site da Hyundai Portugal e está disponível para test-drive.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].