Depois de quase dez anos sem lançar vinhos, a Quinta do Sampayo (Cartaxo) voltou a “pisar uvas” e regressa ao mercado com duas propostas ambiciosas.
Com uma história ligada às ‘Viagens da Minha Terra’ de Almeida Garrett – os responsáveis garantem que o escritor passou por aqui, no século XIX – a Quinta do Sampayo voltou a lançar-se na produção de vinho.
Entre 1995 e 2013, esta produtora do Cartaxo (vinhos do Tejo) manteve uma produção contínua, com destaque para a referência De Filipa. Agora, dos seus quase 55 hectares de vinhas com Touriga Nacional e Fernão Pires, entre outras castas, saltam dois novos vinhos: os Quinta do Sampayo Colheita 2023 Branco e Tinto.
O Branco (cinco mil litros, cerca de 6700 garrafas) é um blend de Arinto e Fernão Pires, com estágio parcial feito em barricas de carvalho francês e americano. Já o tinto (quase 13 300 garrafas), nasce a partir de uma “reunião” de Castelão, Syrah e Touriga Nacional, com um estágio idêntico.
Estes vinhos e a nova vida da Quinta do Sampayo aparecem depois da «requalificação da propriedade, que durou cerca de um ano, incluiu a recuperação de vinhas deterioradas e a modernização das infraestruturas», explicou Alberto Miranda, responsável agrícola da produtora.
O mesmo apontou um caminho de futuro dominado pela «sustentabilidade ambiental e económica», com recurso a «tecnologia actual e práticas agrícolas sustentáveis». O enoturismo e a organização de eventos, como casamentos ou baptizados também são outras marcas de ADN na “nova” Quinta do Sampayo.
Já Marco Crespo, enólogo, reforçou que a prioridade da quinta do Sampayo passa por produzir «vinhos bem feitos, sem ambição de ser os melhores do mundo», mas com um «compromisso de melhoria contínua».
Mas o maior desafio da Quinta do Sampayo parece ser mesmo o posicionamento no mercado, com os preços determinados para ambos os vinhos: 9,50 euros parece ser um valor bastante ambicioso para uma marca que vem de um hiato de dez anos e pouco conhecida do grande público.