A marca criada por Catarina Portas em 2006 abriu a sua primeira loja no Chiado; O espaço vai, agora, ter de fechar até à Primavera de 2024.
É mais uma loja de comércio tradicional que desaparece, em Lisboa. Nos últimos anos têm sido vários os exemplos de espaços deste género que dão lugar a unidades hoteleiras e a Vida Portuguesa é uma das vítimas mais recentes.
Em comunicado, a marca, criada por Catarina Portas em 2006 (que apareceu com a missão de «vender o que de melhor Portugal fabrica, não temendo o tradicional nem as marcas de sempre»), diz que este é o «último Natal da loja da Rua Anchieta», no Chiado.
No texto, é apontado o dedo aos efeitos negativos que a hotelaria tem tido em Lisboa: «Tal como o turismo nos ajudou a passar a crise de 2008, hoje são os seus próprios agentes a condenar ao desaparecimento o comércio independente da cidade».
Em 2024, o espaço da Vida Portuguesa vai, assim, dar lugar a um «complemento do alojamento local de luxo» que já estava nos pisos superiores do edifício da loja, o Aparthotel Flora Chiado.
No mesmo comunicado, a marca critica severamente o caminho seguido por Lisboa, cujo centro tem restaurantes e cafés «especialmente dirigidos aos turistas», naquela que é uma «paisagem indistinta de marcas globais que se multiplicam em espaços de forma sufocante». O comunicado completo da Vida Portuguesa pode ser lido aqui.
Quando esta loja fechar, e se, entretanto, não abrir mais uma (os responsáveis dizem que esperam «anunciar, um destes dias, uma nova morada»), a Vida Portuguesa fica apenas com os espaços do Mercado da Ribeira e da zona do Largo do Intendente, onde também está o espaço Depozito).
Lembre-se que, 2016, Catarina Portas já tinha criticado duramente a abertura de um McDonald’s no Chiado – na altura, a empresária disse que esta decisão era um «nojo».