Uma iniciativa liderada pelo INESC TEC, e da qual fazem parte o Centro de I&D Okeanos da Universidade dos Açores e o AIR Centre, quer detectar o lixo marinho de forma remota, com ajuda de aeronaves tripuladas e de drones.
O projecto é financiado pelo programa Assessments to Prepare and De-Risk Technology Developments da Agência Espacial Europeia (ESA) e já foi testado numa «posição fixa na Praia de Porto Pim, no Faial.
Estes testes decorreram a diferentes altitudes (entre 20 a 600 metros) e em condições atmosféricas diversas» para fazer a «aquisição de assinaturas espectrais de diferentes tipos de lixo marinho» e compará-los com «a assinatura espectral obtida pelo sensor multiespectral a bordo do satélite Sentinel-2», explica o INESC TEC, em comunicado.
Hugo Silva, investigador do instituto, revela que numa primeira avaliação preliminar dos resultados obtidos, «foi possível verificar que o lixo marinho tem uma assinatura espectral diferente do ‘fundo’, neste caso a água, e, portanto, pode ser identificado utilizando sensores de imagem hiper-espectral».
Algoritmos de processamento automático
No futuro, os investigadores esperam que estas tecnologias sejam eficazes na identificação de zonas de plásticos flutuantes no mar. «Os próximos passos do projecto passam pelo desenvolvimento de algoritmos de processamento automático para testar e validar se os materiais são detetáveis automaticamente e qual a concentração mínima do material por pixel para este ser detectável.
Estes factores são importantes para se estudar a futura viabilidade da utilização destes sensores a bordo de satélites para deteção remota de lixo marinho».