Arranca amanhã a 13.ª edição do festival internacional de cinema independente. Até dia 1 de Maio, são mais de 280 os filmes que vai poder ver no festival, distribuídos pelas várias secções do Indie. Há estreias, muito cinema português, homenagens e até um cartaz inteiro dedicado aos mais pequenos.
As muitas sessões do IndieLisboa distribuem-se por salas como o Cinema São Jorge, a Culturgest, o Cinema Ideal e ainda a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema. O Indie é uma oportunidade para se ver curtas e longas-metragem que costumam andar mais afastadas do circuito mais comercial das salas de cinema. Mas, afinal, o que é que se pode ver este ano no Indie?
Competição Internacional
Além de ser um festival para os amantes de cinema, o IndieLisboa tem, claro, uma componente de competição, onde os filmes passam pelo escrutínio de um júri. A Competição Internacional do IndieLisboa é composta por primeiras, segundas e terceiras obras que nunca antes mostradas publicamente em Portugal.
The Family, de Shumin Liu
Fez sucesso no Festival de Veneza e estreia-se agora no Indie. Retrata a história de um casal junto há cinquenta anos, que decide visitar os filhos que, entretanto se afastaram da família. Um retrato das relações entre pais e filhos, com Xangai como pano de fundo.
The Family pode ser visto no dia 24 de Abril, às 14h30, no Cinema São Jorge. Há também outra data, desta vez no Museu do Oriente, no dia 30 de Abril, às 15 horas.
Mate-me Por Favor, de Anita Rocha da Silveira
É a primeira longa-metragem da realizadora brasileira. O filme desenrola-se no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde a inocência da infância convive com crimes hediondos. Contudo, a pouco e pouco, as convenções deste sub-género do terror caem para dar lugar a um filme sobre as memórias e emoções da adolescência, o encontro com o amor e com a morte. O filme venceu o prémio IndieLisboa na última edição do XI Panorama Internacional Coisa de Cinema, em Salvador da Baía.
Pode ser visto no dia 23 de Abril, na Culturgest, às 18 horas, ou no dia 25 de Abril, às 21 horas, no Cinema Ideal.
Deer Flower, de Kangmin Kim
Passando para as curtas, Deer Flower retrata em animação um rito de passagem coreano, em que um menino consome uma especialidade antiga e entra numa viagem psicadélica. As personagens têm um visual muito específico, numa original animação.
Deer Flower pode ser visto no dia 28 de Abril, às 21h45, na Culturgest, ou no dia 30 de Abril, às 21h30, também na Culturgest.
Balada de um Batráquio, de Leonor Teles
A curta da jovem realizadora fez correr tinta durante uns dias e elevou ao máximo o patriotismo, depois de vencer o Urso de Ouro, em Berlim. A curta tenta desfazer um dos preconceitos sobre a comunidade cigana: será que os ciganos têm mesmo medo de sapos?
A curta pode ser vista no dia 21 de Abril, às 19 horas, na Culturgest; no dia 23, às 17 horas, na Culturgest; no dia 28 de Abril, às 21h30, no Cinema São Jorge; ou a 29 de Abril, na Culturgest, às 10h30.
Boca do Inferno
A secção mais arrojada do IndieLisboa: tanto há psicadelismo como documentários sobre temas fora do comum.
Love, de Gaspar Noé
Gaspar Noé raramente é consensual naquilo que faz. E Love, a sua mais recente criação, não foge a esta regra. A sessão de estreia do filme que retrata a sexualidade de um casal estreia em Portugal, no IndieLisboa, em 3D. Caso perca esta sessão, tem de esperar até 9 de Junho para ver o filme em sala de cinema. O filme deste infant terrible do cinema francês passa no Indie no dia 24 de Abril, às 21h45, no Cinema São Jorge.
La Californie, de Charles Redon
Um documentário francês, em que Charles Redon documenta a paixão que sente pela sua namorada. Mathilde Froustey impõe ao seu corpo uma disciplina e determinação impressionantes, para ser uma prima ballerina. O realizador filma-a todos os dias, com câmaras escondidas, drones e até selfie sticks. Mas do fascínio ao cuidado pela excessiva obsessão e abuso do corpo é um pequeno passo.
Pode ser visto no dia 22 de Abril, às 21 horas, no Cinema Ideal, ou no dia 26 de Abril, às 19 horas, também no Cinema Ideal.
The Lobster, de Yorgos Lanthimos
Collin Farrel dá corpo a um solteirão que, de acordo com as leis da cidade, tem de ser levado para o Hotel, onde tem 45 dias para encontrar um parceiro. Caso isso não aconteça, será levado para o Bosque, onde será transformado num animal selvagem.
The Lobster pode ser visto no dia 1 de Maio, às 21h45, no Cinema São Jorge.
IndieMusic
Se há coisas que andam de mãos dadas, o cinema e a música podem bem ser exemplo disso. Como tal, não faltam documentários sobre o tema nesta edição do IndieLisboa.
A Long Way to Nowhere, de Caroline Richards
Um documentário sobre como The Parkisons conseguiram reavivar o punk na terra de Sua Majestade, no início dos anos 2000. A banda de Coimbra conta como levou à letra a expressão Punk Is Not Dead neste documentário, recheado de imagens e testemunhos de espectáculos onde o caos impera.
O documentário será exibido dia 22 de Abril, às 21h15, no Cinema São Jorge.
Janis: Little Girl Blue, de Amy Berg
Janis Joplin, «a rainha do rock ‘n’ roll», a mulher do Mercedes Benz, membro do ‘Clube dos 27’ e muito mais. Um documentário sobre a mente de Janis Joplin, baseado em cartas que a cantora escreveu aos pais, amigos e colaboradores. Realizado por Amy Berg, nomeada para um Óscar, tem a narração a cargo da estrela indie Cat Power.
O documentário pode ser visto no dia 22 de Abril, às 21h30, no Cinema São Jorge.
Para os mais pequenos, a secção IndieJúnior tem várias opções para fazer um programa cultural em família. É possível ver ficção, animação, em formato curta ou longa-metragem, e até alguns documentários.
Na secção Herói Independente, a homenagem deste ano é feita a Paul Verhoeven, cineasta de títulos como Robocop, Showgirls ou Instinto Fatal. Ao longo de todo o IndieLisboa, será possível acompanhar a obra do realizador, na Cinemateca Portuguesa. Vincent Macaigne é outro Herói Independente, que também tem direito a uma retrospectiva neste festival de cinema, com exibições de títulos divididas entre o Cinema Ideal e o Cinema São Jorge.
No caso dos mais distraídos, o IndieLisboa tem uma aplicação para smartphone, disponível para Android e iOS, que inclui os horários das sessões dos vários filmes.