DS Nº4 apresentado no Porto: primeiras impressões e preços do novo hatchback C-Premium da marca francesa

Em conclusões preliminares, podemos dizer que o DS Nº4 é uma evolução na continuidade daquilo que é a imagem de marca desta insígnia: uma combinação entre tradição e inovação.

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Durante dois dias, estivemos na Invicta para testar o novo automóvel DS do segmento C-Premium. Este modelo chega a Portugal com duas motorizações – os preços começam nos 37 550 euros.

Em Julho, a DS já tinha confirmado que o Nº4 iria chegar a Portugal no terceiro trimestre deste ano e, no final desse mês, foi confirmado que a sua apresentação iria acontecer no Porto entre o final de Setembro e o princípio de Outubro.

A MotorMais esteve na Invicta, onde conduziu as duas versões que vão ficar disponíveis em Portugal: a E-Tense 100% eléctrica de 213 cavalos e a MHEV (mild-hibrid) de 145. Ambas chegam ao País no final de Outubro, sendo que a PHEV, como já tínhamos avançado, não será uma opção este ano.

A versão MHEV está disponível em quatro níveis de equipamento – Pallas, Jules Verne, Etóile e Etóile Couro Napa – com motor 1.2 de 1199 cm³, 145 cv e 230 Nm de binário.

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Este modelo faz os 0 aos 100 em 9,5 segundos e tem uma velocidade máxima de 202 km/h; os consumos médios são de 5,2 l/100 km e a autonomia total em ciclo WLTP é de 1000 km. A marca diz que o DS Nº4 MHEV consegue «circular em modo eléctrico até metade do tempo em cidade». Os preços começam nos 37 550 euros e chegam aos 43 550 euros, na versão de topo.

Já a BEV, DS Nº4 E-Tense, chega em três versões – Pallas, Jules Verne e Etóile – com motor eléctrico de 213 cv (343 Nm de binário), uma bateria de 58,3 kWh e uma autonomia WLTP de 450 km, com consumos médios entre 15,0 e 15,1 kWh/100 km. Para carregar 100 km, este modelo leva «apenas onze minutos»; neste caso, os preços variam entre 46 850 euros e 49 850 euros.

Durante a conferência de imprensa em que a marca revelou todos os detalhes dos dois automóveis, Audrey Amar (na foto, em baixo), directora de produto da DS, reforçou o foco da marca no segmento C-Premium e avançou que Portugal é o «oitavo maior mercado europeu da marca», à frente do «Japão e da Argentina».

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Segundo a responsável, a versão Etóile é a mais popular, com «57% das vendas», sendo que a ambição da DS passa por «melhorar sempre em elegância, tecnologia e conforto». Audrey Amar destacou o facto de os DS se basearem no conceito de «serenidade dinâmica» e de o Nº4 ser o automóvel mais «confortável do seu segmento».

Com 4,40 m de comprimento e 1,47 m de altura, o DS Nº4 tem uma bagageira superior a 400 litros, a maior do segmento, superando modelos como os Audi A3, BMW Série 1 e Mercedes Classe A. Audrey Amar sublinhou ainda que a DS é a única marca que oferece uma versão 100% eléctrica no segmento C-Premium.

Nos testes dinâmicos, que aconteceram na zona do Porto e Douro, começámos por conduzir a versão E-Tense Etóile com interior Black Alcantara. O interior combina este material no tablier com polipele no volante e coluna central, num design triangular e prismal que organiza botões e detalhes de forma elegante.

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Contudo, o posicionamento dos botões de modo de condução, na coluna central, e de abertura/fecho de vidros, nas portas (muito em cima), levantam algumas dúvidas de ergonomia. Ambos estão em planos inclinados, o que dificulta um pouco a sua operação.

Já o cluster multimédia de 10,25 polegadas oferece um efeito animado, mas a alternância entre mapas e rádios é lenta; contudo, a nossa maior crítica vai para o GPS integrado, que se mostrou pouco fiável, com indicações desactualizadas e atraso na localização real.

Os modos de condução disponíveis – ‘Sport’, ‘Eco’ e ‘Normal’ – permitem ajustar a experiência de condução para abordagens mais agressivas (sente-se mesmo o kick ao mudar para o desportivo) ou mais contidas. Muito boa é a forma como as patilhas de três níveis de travagem regenerativa contribuem para uma condução mais eficaz.

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Os bancos têm vários modos de massagem (das patas de gato às ondas, o que cria um efeito interessante nas costas), aquecimento, regulação de encosto, altura e lombar; ainda assim, faltam os controlos eléctricos de avanço e recuo.

Por fora, a assinatura luminosa dianteira «espalha» LED pela grelha, incluindo no logo DS; na traseira, destaca-se o padrão de LED nas ópticas e o nome da marca de grandes proporções na porta da bagageira. Contudo, achamos que este pormenor retira algum requinte a este modelo, pelo que teria sido mais consensual adoptar apenas o logo estilizado «DS».

Relativamente à versão MHEV Etóile, temos diferenças no interior: a Alcantara dá lugar a materiais mais firmes nas portas e no tabelier em polipele; os bancos em pele perdem a função de massagem, mas passam a ter regulação eléctrica de avanço e recuo.

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Em condução, também achámos o DS Nº4 algo lento nas acelerações: quando carregámos no acelerador a fundo para fazer uma ultrapassagem, por exemplo, a resposta não foi imediata. De resto, a experiência tecnológica e de conforto é em tudo semelhante à do BEV, pelo que está assegurada a competitividade deste automóvel no segmento C-Premium.

Em conclusões preliminares, podemos dizer que o DS Nº4 é uma evolução na continuidade daquilo que é a imagem de marca desta insígnia: uma combinação entre tradição e inovação, com atenção aos detalhes e um ambiente a bordo dominado pelo conforto. Há pontos que podem (e devem) ser corrigidos, com as falhas de GPS à cabeça.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].