C5 X Hypnos: conduzimos a berlina SUV de edição limitada da Citroën inspirada na mitologia grega

O CX 5 Hypnos está apenas disponível como híbrido, uma potência de 225 cavalos e em duas cores: Azul Eclipse e Cinzento Platinum, ambas com jantes de liga leve AeroX de 19 em Preto Onyx

©TRENDY Report | CX 5 Hypnos
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Apesar de a Citroën ser mais conhecida pelos seus automóveis acessíveis, também tem modelos maiores e topo de gama – o nível máximo é o C5 X, que, com a versão Hypnos, fica mais exclusivo.

Apesar de ser vistoso e imponente, o C5 X Hypnos não é, decididamente, o automóvel mais consensual que conduzimos em 2024, ano em que começámos a testar automóveis de forma mais assídua, no TRENDY Report. Entre os amigos a que demos boleia durante o ensaio a este Citroën topo de gama, foram mais as críticas que os elogios a este modelo.

Na lista de queixas, houve três que se destacaram: a zona da consola central e do ecrã de infoentretenimento era demasiado «confusa», o design era «muito maximalista» e lugares traseiros «pouco confortáveis», para passageiros mais altos.

Isto vai um pouco contra o conceito criado pela marca francesa para este SUV berlina (confuso?) de grande dimensões – são quase cinco metros de comprimento. Ao dar-lhe o nome Hypnos, o deus grego do sono, a Citroën quis dotar este modelo de um «nível de serenidade mais elevado e especial».

©TRENDY Report | CX 5 Hypnos Interior
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Desconfiamos que ‘serenidade’ seja a palavra certa para caracterizar este C5 X, até porque tendemos a concordar com este feedback de quem nos acompanhou ao longo de três dias de testes. De facto, o Hypnos de minimalista não tem nada, mas este é daqueles gostos que tem vários adeptos contra e favor – incluimo-nos no segundo grupo.

Apenas disponível em formato PHEV, o Hypnos destaca-se por estar equipado com o nível máximo de equipamento e, segundo a marca, por estar mais bem isolado acusticamente, algo que não podemos avaliar, uma vez que não experimentámos o CX 5 “normal” para termos um ponto de comparação.

Assim, o que sabemos foi apenas o resultado do teste a este modelo de forma independente – e uma das coisas de que gostámos tem que ver com o facto de o painel de instrumentos e ecrã de infoentretenimento serem altamente personalizáveis. No primeiro, podemos escolher as widgets que queremos adicionar, como a do velocímetro, a da energia, os mapas e a da assistência à condução (distância para o carro da frente ou alerta da faixa de rodagem).

©TRENDY Report | CX 5 Hypnos Ecrã
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Como o painel de instrumentos depende da personalização que fizermos, pode ser mais confuso ou minimalista, ainda que a informação do combustível e da bateria estejam sempre visíveis. Mesmo assim, todas as configurações que experimentámos entrosam bem com a informação estática apresentada, pelo que este é um ponto muito positivo neste CX 5.

O ecrã de infoentretenimento pode ter os mesmos elementos, com diferentes tamanhos de widgets (o máximo são doze, em formato pequeno). Entre as que serão mais úteis, estarão as de climatização, navegação, energia, rádio/media e telefone. Contudo, aqui temos um problema que já sentimos noutros automóveis: o ecrã de doze polegadas é muito largo para interagirmos com ele de forma fácil, pois obriga-nos a esticar muito o braço para chegar a opções que ficarem mais à direita.

Relativamente aos botões físicos (para nós, uma marca que define o nível de interacção com um automóvel) são os clássicos: ar e AC, aquecimento dos bancos, um para voltar ao ecrã inicial (Home) e outro que dá acesso directo ao menu de sistema avançado de ajuda ao condutor (ADAS), onde estão opções como o Drive Assist 2.0, Travagem Automática, Controlo de Tração, Reconhecimento de Sinais de Trânsito ou o Assistente de Manutenção de Faixa.

©TRENDY Report | CX 5 Hypnos Traseira
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Voltamos a sublinhar que este tipo de botão para acesso directo é muito importante nos automóveis actuais, uma vez que, como estão cheios de alertas sonoros para funções de segurança que muitos consideram intrusivas, esta é uma forma rápida de os desligar. Bom trabalho da Citroën, neste ponto.

Nos modos de condução, curiosamente, o Hypnos não vem com as opções ‘Eco’ e ‘Normal’- ainda assim, são-nos dadas quatro opções: ‘Híbrido’, ‘Sport’, ‘Conforto’ e ‘Eléctrico’. Neste “departamento”, identificámos outra boa característica deste CX 5, a forma como lida com o recarregamento em condução.

A regeneração de bateria funciona de forma exemplar: o ‘e-Save’ tem opções de 20, 10 km ou máxima, que força o carregamento da bateria pelo motor. Em cerca de vinte minutos de condução, conseguimos que o Hypnos recarregasse 30%, o que deu para fazer 12 km em modo eléctrico; o facto de este dualidade eléctrico/combustível funcionar tão bem, fez com que terminássemos o ensaio com 5,8 l/100 de consumos.

©TRENDY Report | CX 5 Hypnos Interior
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Para irmos avaliando em tempo real o desempenho da nossa condução, podemos ir vendo gráfico que nos diz que estamos em ‘Charge’, ‘Eco’ ou ‘Power’, o que já é quase padrão em todos os modelos híbridos e/ou eléctricos. A forma como a marca francesa mostra estes dados no painel de instrumentos é clara e dá-nos uma ideia imediata de como estamos a tratar o acelerador.

Depois, quando finalizamos uma viagem, é-nos dado um resumo em que vemos o nosso desempenho: total de quilómetros, percentagem do caminho feito em modo eléctrico, consumos eléctricos e consumos de combustível. A forma como vemos esta informação é mais uma boa marca de como a Citroën apresenta dados ao condutor e que nem sempre é assim tão intuitiva nas suas rivais.

O modo como vamos terminar esta crítica ao Hypnos acaba por ser um contraponto a todas as boas características que temos vindo a apontar. Nos lugares traseiros para os passageiros, o tejadilho é muito baixo atrás e as pessoas mais altas batem com a cabeça no tecto (imagem em baixo). Só se estiverem totalmente encostadas não haverá problema, se se quiserem chegar à frente, como tantas vezes, acabam por ficar “bloqueadas”.

©TRENDY Report | CX 5 Hypnos Passageiro
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O que também não faz muito sentido são os comandos de ajuste (recostar e avançar/recuar) localizados à esquerda, na lateral do apoio para as costas do banco do passageiro da frente. Estas mesmas funcionalidades deviam sempre ficar remetidas para a lateral do assento, em baixo e à direita. Desta forma, pode levar a algumas brincadeiras de quem vai atrás, pois os controlos estão totalmente acessíveis.

O CX 5 Hypnos está apenas disponível como híbrido, uma potência de 225 cavalos e em duas cores: Azul Eclipse e Cinzento Platinum, ambas com jantes de liga leve AeroX de 19 em Preto Onyx. O preço é fixo e não está dependente de personalizações: 53 540 euros.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].