A edição de 2023 do Surf at Lisbon Film Fest levou três mil pessoas ao São Jorge. O filme que ganhou o prémio principal é uma espécie de sucessor de Priboi.
Kamchatka – Corners of the Earth (dos australianos Spencer Frost e Guy Williment) foi o grande vencedor do júri na categoria ‘Melhor Longa Metragem’ do SAL 2023. Em poucos anos, este é o segundo filme passado nas regiões mais geladas da Rússia a conquistar este galardão – o outro foi Priboi, em 2018.
O filme acompanha a viagem dos surfistas Letty Mortenson e Fraser Dovell à península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, em «busca de novas ondas ao longo da costa gelada e inexplorada», numa altura em que a invasão da Ucrânia tinha acabado de começar.
«Após dois anos de planeamento, a viagem estava quase terminada antes de começar. Uma hora antes de embarcarem no seu voo para Moscovo, a Rússia invadiu a Ucrânia. Numa altura em que o mundo via o pior da natureza humana, atravessámos a Cortina de Ferro e encontrámos, para nossa surpresa, o melhor da natureza», contam Letty Mortenson e Fraser Dovell.
Na sessão de encerramento do SAL, a organização destacou o facto de o festival ter tudo uma forte participação de filmes portugueses: «Como se tem verificado nos últimos anos do festival, houve um aumento significativo da produção nacional, com quase um quarto dos filmes a concurso a serem produzidos em Portugal».
Nesta edição, houve mesmo dois filmes nacionais premiados: Buarcos (João Traveira) ganhou na ‘Melhor Produção Nacional’ e Daydream Lullaby Dream (João Carmo) ficou com o prémio de ‘Melhor Curta Metragem’. Em 2022, também houve dois filmes portugueses que conquistaram galardões, mas cada um recebeu duas distinções.
Ainda em relação ao SAL 2022, este ano a organização voltou a atribuir os prémios
‘Sustentabilidade’ e ‘Experimental’; na edição anterior, o júri tinha considerado não ter havido obras que «tivessem preenchido os requisitos para tal». Esta é a lista completa de vencedores do SAL 2023.
Melhor Longa Metragem: Kamchatka – Corners of the Earth (Spencer Frost e Guy Williment)
Menção Honrosa: Natural High (Jack Coleman)
Melhor Curta Metragem: Daydream Lullaby Dream (João Carmo)
Menção Honrosa: Bones (Vincent Lauzel)
Melhor Fotografia: Merry Kaliyuga (Horace Martins)
Melhor Edição: Suara Hutan (Aljaz Babnik)
Menção Honrosa: Last Tango in Portugal (Clement Maillet)
Melhor Banda Sonora: Translate (Chris McClean)
Melhor Produção Nacional: Buarcos (João Traveira)
Menção Honrosa: 2825 – Surf (R)evolution (Pedro Alves e Madalena Almeida)
Melhor Documentário: Ocean Heals (Thomas Lecercle)
Prémio Experimental: Bloody Knuckles (Léo Chadoutaud e Perfect Designs)
Prémio Sustentabilidade: Surfing Through the Odds (Ana Filipa Domingues)