ByteDance, o novo gigante tecnológico chinês que ameaça o Spotify, a Google e o Facebook

ByteDance Tik-Tok
ByteDance Tik-Tok

A revolução tecnológica chinesa está a por em causa o domínio global das grandes empresas globais de Internet. Um dos seus mais recentes “filhos” é a ByteDance, que se tornou a start-up mais valiosa do mundo.

É um autêntico negócio da China, mas tem pouco a ver com “trocos”. A empresa multimédia ByteDance ultrapassou a Uber em valor de mercado e passou a ser a start-up mais valiosa da actualidade.

Mas o que é, ao certo a ByteDance? Provavelmente, a ‘dot.com’ mais poderosa da China, com mais influência e poder que a rede social Baidu, o site de compras Alibaba e a Tencent.

Esta última é mesmo uma espécie de Google chinesa, detentora do WeChat e que tem várias participações em produtoras de jogos como a Blizzard (dona do Overwatch) ou a Epic Games (Fortnite).

Estas três empresas, conhecidas por ‘BAT’ (as suas iniciais) ficaram para trás a partir do momento em que a ByteDance conseguir reunir 2,6 mil milhões de euros numa ronda de investimento. Com isto, esta start-up passou a ter um valor de mercado teórico de 68,5 milhões de euros.

Mas o a injecção de dinheiro não vai ficar por aqui: a empresa de investimento KKR, a General Atlantic e o SoftBank devem investir mais 1,60 mil milhões de euros; além disso, o financiamento da ByteDance continua aberto a outros interessados, o que pode aumentar ainda mais o valor da empresa.

A ByteDance é a dona do site Toutiau, um agregador de notícias e uma das apps chinesas mais usadas, com mais de 120 milhões de contas activas. No portfólio da marca está ainda a plataforma de vídeos curtos TikTok (500 milhões de utilizadores mensais) que comprou a Musica.ly por 880 milhões de euros, em 2017.

É esta influência no mercado chinês que está a por em sentido empresas como a Google, o Facebook e o Spotify. Apesar de os serviços da ByteDance serem restritos à China, este é um mercado onde estas três empresas não podem ficar para trás, apesar de estarem bloqueadas.

Isto pode acontecer com a compra ou desenvolvimento de plataformas em exclusivo para este mercado, muito apetecível em termos de utilizadores, já que há cerca de 900 milhões de clientes para conquistar.

É por isso que a Google estará a desenvolver um agregador de notícias especialmente feito para o mercado chinês, ou seja, um clone da Toutiau, enquanto o Facebook vai atacar a ByteDance com um concorrente do TikTok.

A crescente influência da ByteDance junto dos utilizadores, com partilha de conteúdos questionáveis, levou já a sanções do governo chinês, que bloqueou os serviços da marca nas lojas de apps. A ByteDance respondeu e aumentou a equipa de moderação de seis para dez mil pessoas.

O nome pode ser ainda desconhecido de muita gente. Mas assim que a ByteDance começar a carburar e a capitalizar investimentos de mil milhões de euros, a Web ocidental dominada pelo Facebook, Google e Spotify pode levar um abalo valente.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].