Review: Razer Phone 2

Razer Phone 2
Razer Phone 2

Um ano depois, a Razer volta à luta com um novo smartphone para gaming que tem mais argumentos que o seu antecessor.

Há cerca de um ano, alguém achou que a ideia de ter smartphones para gaming era um negócio que valia a pena. É verdade que os smartphones são bons dispositivos para jogos, mas será que podem substituir as consolas tradicionais quando se pede mais que um jogo casual?

Por exemplo, em PUGB ou Fortnite: haverá alguém que use realmente um telemóvel para jogar um título em que a precisão dos tiros seja dos movimentos mais importantes?

A pergunta pode ser posta de outra maneira: pode haver espaço para jogos mais a sério num smartphone que não os Candy Crush ou os Pokémon Go desta vida?

A resposta é dúbia: as marcas que fazem smartphones para gaming acreditam que põem na mão dos utilizadores verdadeiras máquinas, com potentes processadores e specs do outro mundo, mas na verdade, nenhum destes equipamentos consegue superar, em termos de desempenho, equipamentos como o Huawei Mate 20 Pro, Sony Xperia XZ3 ou o iPhone XS Max.

O Razer Phone 2 é um bloco de tecnologia bem conseguido. Apesar de não ter as linhas e o design que caracterizam a maioria dos smartphones, o aspecto deixa antever que temos ‘máquina’.

Em relação ao modelo do ano passado (que também analisámos no TRENDY), a diferença que nos salta logo à vista é uma traseira completamente feita em vidro, com um detalhe que vai por um brilhozinho nos olhos aos gamers e, principalmente aos fãs da Razer: o logo da marca pode iluminar-se com várias cores.

Aliás, esta é uma características de vários periféricos da Razer: as colunas de som Nommo, os auscultadores Nari, os ratos Mamba ou os teclados Huntsman, todos têm iluminação RGB e podem ser personalizados com a app Chroma – e é isto mesmo que podemos fazer ao logótipo da Razer a partir de uma versão dessa aplicação que já vem instalada neste smartphone.

O facto de poder iluminar o símbolo das três serpentes da Razer foi uma das características que mais fez virar pescoços ao longo da nossa utilização do smartphone.

Razer Phone 2

Mas a um telemóvel para gaming pede-se mais: e o Razer Phone tem mais para oferecer, claro. A uma câmara melhorada em relação ao modelo de 2017 (que tinha vários problemas com os sensores), junta-se um ecrã IGZO LCD com 5,72 polegadas cuja taxa de actualização pode ser calibrada para os 120 Hz, o que funciona muito bem em jogos de acção rápidos, como Asphalt 9, ou mesmo a ver filmes e séries na Netflix.

Mas como é de jogos que o Razer Phone 3 se quer bem alimentado, há inclusive uma app (a Cortex) que nos ajuda a regular o desempenho do sistema para dar prioridade ao gaming.

Aqui, é possível seleccionar um de três modos, sendo que o ideal, neste caso, é o ‘Performance’, que dá mais gás ao conjunto CPU/GPU em detrimento da bateria. Contudo, podemos definir isto jogo a jogo se escolhermos o modo ‘Custom’, onde até é possível definir os FPS a que queremos que um jogo corra, até um máximo de 120 fps.

É a partir daqui que temos de começar a fazer contas para encontrar a resposta a uma das questões essenciais neste tipo de equipamento: a autonomia.

Aqui, a equação é simples. Se passar muito tempo a jogar, mesmo num modo mais conservador, é natural que não tenha muita energia restante no final de um dia de utilização intensiva. Por exemplo, durante uma hora a jogar Asphalt 9, StarCombat e Fortnite no modo Performance (e com o ecrã a metade do brilho) o Razer Phone 2 perdeu 27 pontos percentuais de bateria.

É justo pensar que se as sessões se prolongarem mais um pouco, se o usarmos para fotografar e filmar ou usar apps de streaming multimédia, a quebra de bateria seja demais para que a utilização de um powerbank não entre nos planos.

Muito bem construído, com um aspecto sólido e até com aquele detalhe de iluminação RGB na traseira, o Razer Phone 2 é o smartphone ideal para fãs da Razer, que também queiram dar um arzinho da sua graça em jogos que não sejam casuais. Mas para o resto dos utilizadores, acaba por ser uma opção difícil de recomendar.

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Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].