A Ford quer acabar com o cheiro a carro novo… mas só na China

A marca de automóveis Ford tem recebido feedback negativo de vários clientes chineses e não é sobre mau desempenho dos carros. O problema está no cheiro a novo.

As marcas de automóveis costumam criar versões específicas dos seus modelos para determinados mercados, mudam o nome (como, por exemplo, o Hyundai Kauai, em Portugal) e até acrescentam funcionalidades especiais.

Mas o que pode vir a partir de um feedback da China é um dos pedidos mais inusitados de sempre no mercado automóvel: alguns clientes não gostam do cheio a carro novo e não querem este “aroma” nos seus automóveis.

Em Portugal, o cheiro a carro novo é quase uma instituição – quem é que nunca gostou de se sentar num automóvel recém-comprado e ter aquele cheirinho a novo vindo dos plásticos e dos estofos?

Pois, na China, há uma pequena-grande minoria que não gosta do cheiro a novo dos automóveis e a Ford encara isso como um problema: são “apenas” 10% os consumidores chineses que encara isto de forma negativa.

Esta percentagem pode parecer pouco, mas quando falamos num mercado com, potencialmente, mil milhões de pessoas, 10% começa a assumir proporções assustadoras: 100 milhões de prováveis compradores de automóveis novos não quer o seu carro a cheirar a novo.

Como este aroma a novo é criado pelo aquecimento de materiais como a madeira, a pele ou o plástico, durante a produção dos carros, há que acelerar o processo para fazer desaparecer o cheiro.

Uma possível solução encontrada pela Ford até já foi patenteada: trata-se de um sistema em que o automóveis, de forma autónoma ou semi-autónoma, são conduzidos para um parque especial, onde, com o ar-condicionado ligado em temperaturas altas, e com a janela um pouco aberta, ficam com o motor a trabalhar de forma intermitente.

O odor libertado por este processo deverá eliminar o cheiro a carro novo, o que não é mais que uma utilização típica e diária de um automóvel acelerada em muito pouco tempo.

Esta é apenas uma ideia da marca e não é garantido que vá ser usada, como ressalvou Debbie Mielewski, directora técnica da Ford, ao site Detroit Free Press. Mas se isto vier mesmo a acontecer, coloca-se em causa o problema do aumento das emissões de CO2, o que, segundo a Ford, deve ser um problema menor vs. os requisitos dos seus cem milhões de potenciais clientes na China.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].