Crítica: Valdo Gatti

Valdo Gatti
Valdo Gatti

Encontrar uma boa pizzaria em Lisboa pode não ser tarefa fácil. Mas com a entrada no “radar” do Valdo Gatti, este ano, tudo ficou mais simples.

Costumo dizer que há um trio dourado de pizzarias em Lisboa: Casanova (em Santa Apolónia), Lucca (Avenida de Roma) e o La Finestra (Conde Valbom). Mas desde que experimentei o Valdo Gatti, tenho de por mais um vértice nesta forma geométrica e transformá-la num quadrado.

Numa das ruas que entra no Bairro Alto, a partir da Igreja de São Roque, fica um pequeno restaurante italiano que abriu este Verão com um nome que parece o de um senhor de respeito.

Respeito, aliás, é coisa que não falta na cozinha do Valdo Gatti, encaixada ao fundo da sala, à vista de todos, onde salta à vista o enorme forno típico redondo das verdadeiras pizzarias italianas.

E falamos de respeito, principalmente pelos ingredientes. Ver o maestro pizzaiolo Antonio Menghi a fazer uma pizza, desde a selecção dos ingredientes, ao esticar da massa, é perceber a enorme relação de carinho e amor que uma pessoa pode ter com os ingredientes que cozinha.

Antonino, como deixa que os amigos o tratem (nós também, a simpatia foi imediata) faz questão de ser ele a preparar as pizzas; nós esquecemos a carta e deixámos um desafio: «Prepara-nos uma com aquilo que te apetecer».

Mas ainda antes de termos uma fatia dessa pizza na mão, já tínhamos experimentado queijos, enchidos, pão, azeitonas e tudo aquilo de bom que a carta de entradas do Valdo Gatti tinha para oferecer.

A pizza que saiu do forno (e da cabeça de Antonino, principalmente) soube a sobremesa, com uma fusão de sabores do abacate ao tomate, à mozzarella e ao salami, com mais alguns pozinhos mágicos do chef.

Para Antonino, há dois valores que orientam a cozinha, a carta e o espaço do Valdo Gatti: «Toxic-free e genuíno». Na cozinha, faz-se questão de usar apenas produtos biológicos e de homenagear o trabalho artesanal de várias gerações, que respeita a tradição e a sazonalidade da matéria-prima.

E se está a pensar que o facto de os ingredientes biológicos das pizzas do Valdo Gatti são sinónimo de um ‘restaurante caro’, esqueça. Nenhuma das doze pizzas de assinatura custa mais que dez euros.

Mas aqui, o desafio também está do seu lado: além das doze pizzas, o cliente pode fazer a sua própria (a Como ti Pare – Como te Apetece), escolhendo uma base (entre 6 e 7,5 euros) e adicionando toppings (a partir de 50 cêntimos).

Numa sala que foge aos clichés recorrentes das salas dos restaurantes italianos (principalmente sem parecer uma mercearia, com prateleiras de madeira e estantes de ferro por todo o lado), o Valdo Gatti é também um espaço que funciona como uma lufada de ar-fresco na mais que saturada oferta destes restaurantes em Lisboa.

O Valdo Gatti fica na Rua do Grémio Lusitano, 13 e, para reservas, pode usar o número de telefone 213 471 601. O restaurante está aberto todos os dias, das 12 às 24 horas. Pode fazer o download da carta completa do Valdo Gatti em PDF aqui.

Valdo Gatti Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].