A 8 de Janeiro, lançou o seu 25.º álbum de uma carreira que começou nos anos 60. Lançado exactamente no dia em que completou 69 anos, ninguém esperaria que Blackstar viesse pôr fim a uma carreira marcada por mil faces, todas elas marcantes. David Bowie morreu na passada madrugada, vítima de um cancro contra o qual lutava há 18 meses.
Primeiros anos
Em 1967, era lançado o primeiro álbum da carreira do britânico David Jones, nascido em 1947, que mudou de nome por ter medo de ser confundido com o músico Davy Jones. Uma estreia homónima, com uma sonoridade muito própria dos anos 60, totalmente perceptível em músicas como Good Morning Girl ou I Dig Everything, todas compostas pelo próprio Bowie. Este seria o primeiro álbum de uma extensa lista com 25 álbuns de estúdio.
Space Oddity
Em 1969, David Bowie perdia o ar de menino bem-comportado (pelo menos à primeira vista) e surgia a primeira referência a Major Tom, uma personagem que surgia na música Space Oddity, até hoje uma das mais conhecidas de todo o universo do camaleão do rock. ‘Ground Control to Major Tom’ viria a ser um dos versos emblemáticos de uma canção marcadamente acústica, com tonalidades menos familiares.
A fase glam-rock
The Man Who Sold The World é apenas outra mostra da reinvenção de Bowie. Lançado em 1970, tem uma sonoridade menos folk e mais rock. Mostra também o fascínio de Bowie pelo mundo da moda, onde viria depois a demonstrar não ter medo de arriscar, entrando até pelo visual mais andrógeno. A época dos longos cabelos, da roupa brilhante e dos looks com glamour.
Ziggy Stardust
O álbum The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, lançado em 1972, apresentava ao mundo o alter-ego de Bowie, Ziggy Stardust, o apogeu da estrela de rock: com um visual marcado, consumidor ávido de drogas e sexualmente promíscuo. Foi o primeiro álbum que contou com a presença da banda Spiders from Mars. Moonage Daydream ou Star Dream são alguns dos temas deste álbum com um conceito especial que, na altura, foi considerado como algo controverso.
Aladdin Sane
Depois de uma rockstar com o seu quê de alienígena, chega a vez de Aladdin Sane, um jogo de palavras com A Lad Insane, algo como Um Rapaz Louco, numa tradução livre. Em 1973, era lançado o álbum onde David Bowie assumia um dos visuais mais icónicos da sua carreira. A era de canções como Time ou The Jean Genie, temas de som cheio, faixas imponentes do rock.
Station to Station
Uma fase de transição na carreira de Bowie. Do rock para o funk, Station to Station foi amplamente aclamado pela crítica, na altura do seu lançamento, em 1976. Com ele surgiram temas como Golden Years ou TVC15.
“Heroes”
O décimo segundo álbum de estúdio de Bowie, uma continuação da colaboração com o compositor mestre Brian Eno. Lançado em 1977, a canção Heroes é uma das mais conhecidas da carreira do britânico.
O pop e a new wave
Let’s Dance é a inclusão do músico no mundo da pop, com o lançamento deste álbum em 1983. Com a colaboração de Giorgio Moroder ou Niles Rodger na produção, tem temas-chave como China Girl ou até a faixa que dá nome ao álbum, a dançável Let’s Dance, que viria a ser alvo de inúmeras covers com o passar dos anos.
Earthling
Depois de um regresso à cena mainstream, feito com o álbum anterior, Bowie volta aos lançamentos em 1997, com Earthling, que lhe valeu duas nomeações para os Grammy. Uma sonoridade mais virada para a electrónica, que teve como hit a música I’m Afraid of Americans.
Reality
Foi lançado em 2003, reunindo elogios por parte da crítica musical e dominando os tops em vários pontos do globo. New Killer Star e Never Get Old foram os singles.
The Next Day
Depois de uma pausa de dez anos, Bowie regressa aos lançamentos com The Next Day, lançado em 2013. Só numa semana, o álbum atingiu o primeiro lugar no top do Reino Unido. O álbum foi aclamado pela crítica, com várias publicações a considerá-lo como um dos melhores álbuns do ano.
Blackstar, o último álbum
Lançado na última Sexta-feira, Blackstar tornou-se no álbum de despedida do músico. Uma sonoridade a apontar para um caminho jazz, com Lazarus a poder ser interpretado como um tema de despedida. Uma bonita produção, recorrendo a saxofones, um dos primeiros instrumentos de Bowie. Uma despedida em grande, daquele que se tornou numa lenda no mundo da música. Lançado ao oitavo dia do ano, Blackstar é o primeiro grande lançamento do ano.
Uma playlist para recordar David Bowie, com temas de todos os álbuns da carreira do camaleão.