Review: LG V10

Já depois de a LG ter anunciado o sucessor V20, o TRENDY levou o V10 de férias para o Porto. E a magia aconteceu.

Sabem aquela sensação de que nos esquecemos de algo quando chegamos ao sítio onde vamos passar férias? Bem, comigo isso não aconteceu: deixei a máquina fotográfica para trás de propósito e levei uma alternativa que se viria a revelar surpreendente.

O smartphone não é novo, muito pelo contrário, mas a ideia também não era testar uma novidade. Queria saber se aquilo que diziam sobre o V10 era verdade. Se tirava fotografias assim tão boas, quase como se tivéssemos uma daquelas máquinas pesadas na mão, as tradicionais reflexas da Canon ou da Nikon.

Ainda antes de falar na qualidade das fotos, há que enquadrar o aparecimento do LG V10. Este smartphone, totalmente virado para a fotografia, não cai no erro de tentar imitar o projecto de gadget que foi o Galaxy S4 / K Zoom, uma espécie de Frankenstein tecnológico, onde não se percebia onde acabava o telefone e começava a câmara.

Assim, sem objectivas fanfarronas, o LG V10 tem apenas uma lente um pouco saída, o suficiente para se fazer notar. Na linha temporal de lançamentos da marcar coreana LG, este modelo aparece depois do G4, aquele que muitos consideraram como o melhor smartphone para fotografia.

Esta foi uma tentativa de a LG arranjar mais público no mercado premium, mas talvez não tenha sido bem esse o resultado. Isto não significa que o V10 não seja um grande topo de gama, mas parece que a LG anda um pouco atrapalhada a tentar arranjar fãs onde eles não existem.

O V10 não foi feito para ser um campeão de vendas, mas sim para mostrar o poderio tecnológico de que a LG é capaz. Afinal, meter um sistema de fotografia quase profissional dentro de um telefone grande, mas ainda assim fino, é obra!

Isto leva-nos ao design, uma prova de que o LG V10 não foi feito para as massas, apesar de, mais uma vez volto a sublinha, ser uma grande máquina. Infelizmente não posso dizer o mesmo do aspecto: a parte de trás dá-lhe um ar pouco amigável e quase parece ter sido feita para um gadget do exército – parece mesmo um colete à prova de balas.

LG V10

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Ora, dizer isto da parte de trás de um smartphone não é bom: aqui o que se quer é um aspecto harmonioso que se ajeite à mão e tenha um toque harmonioso. Falha completa neste ponto, apesar de assumir que marca a diferença em relação aos seus rivais. as laterais em metal, em desafinação total com o resto do design, também não ajudam.

Percebe-se que a LG tentou ao máximo afastar-se da linha G, mas seria preciso inventar tanto? O resultado é um smartphone com um dos piores aspectos que já me passou pelas mãos. Mas já disse que o V10 é uma excelente máquina? Bom, adiante.

Vou dizer uma coisa simpática, então: pode retirar a parte de trás, à antiga, para aceder à bateria e às slots para o cartão SIM e SD, para dar mais espaço de armazenamento para as fotografias e vídeos, de que bem vai precisar. Esta foi uma boa solução da LG, quanto mais não seja para nos dar a esperança de encontrar outra tampa diferente para o V10.

Mas vamos lá ao que é extremamente bom neste telefone: o ecrã e o raio da câmara, que dá dez a três (sim, os outros marcam alguns “golos”) a qualquer outro dos seus rivais asiáticos. No ecrã de 5,7 polegadas ganham vida imagens com cores e qualidade extraordinárias.

Aliás, se experimentar o V10 apenas para fotografia e vídeo é bem capaz de se apaixonar seriamente. Cuidado com o coração, assim que começar a fotografar com este smartphone. A nossa separação, quando a marca o pediu de volta, foi dolorosa. Tenha cuidado com isto. A sério.

Há razões de sobra para a lamechice: são 16 MP de loucura autêntica, de controlo total sobre a fotografia, com direito a definir aberturas, exposições, ISO, equilíbrio de brancos e até mesmo a focar motivos de forma manual.

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A interface é tão agradável e intuitiva de usar, que até nos atrevemos a dizer: Canon e Nikon, ponham os olhos nisto e sejam audazes quando desenvolverem as próximas máquinas, pois é bem possível que o futuro da fotografia digital tenha passado por este LG V10.

Depois de ficar extasiado com a fotografia, passe ao vídeo e aproveite para fazer algumas filmagens em 4K, embora limitado aos 30 fps. Contudo, se se ficar pelos 1080p, pode chegar aos 60 fps, muito mais agradáveis ao olho. Também aqui ficam disponíveis todos os ajustes que temos no modo fotográfico, por isso prepare-se para libertar o Christopher Nolan que há em si.

Este smartphone Android (com a versão 5.11, mas capaz de chegar à 6) é um perigo. Para a bolsa, em primeiro lugar, e depois para o mercado das máquinas fotográficas compactas ou bridge (aquelas que têm a lente saída, mas que não pode ser mudada).

O mercado das reflex (ou DSLR) também não pode dormir à sombra da bananeira. Assim que o obturador se fechar numa destas máquinas, o LG V10 vai aparecer em pesadelos, sempre a dizer: «Eu estou aqui, eu estou aqui para te tirar o do trono de melhor dispositivo de fotografia do mundo, muahahahhahaha… ahahaha, muah… ahhhh…».

Quanto às características técnicas mais detalhadas, o melhor é verem mesmo a análise mais aprimorada neste sentido do Gustavo Dias, no site da PCGuia. Processadores, cores, GPU, DPI, IPS e outras siglas que quase parecem ser partidos políticos é com ele.

Para acabar em beleza (bibó, Porto, carago!) aqui ficam algumas das fotos captadas com o LG V10.

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E ainda passámos pelo Brunch Electronik, em Lisboa!
E ainda passámos pelo Brunch Electronik, em Lisboa!
Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].